Um mergulho
15:03:00
Gostaria de conseguir explicar de forma exata como me sinto, é um misto tão estranho que acaba resultando em incerteza. Foi tudo tão rápido! Quando eu notei já estava com lembranças do passado, e presa a um presente que fui obrigada a escolher, torcendo para que fosse resultado dos ventos que me redirecionaram.
Sabe quando a gente já está tão machucada que acaba embarcando de cabeça? Você começa dando um passo de cada vez, e quando nota sinal de aparente segurança, acaba achando que é impossível algo dar errado, fecha os olhos e mergulha, um mergulho no desconhecido, na confiança de que mais uma vez nada vai lhe machucar.
As vezes parece ingênuo, mas juro que não são atitudes impensadas, mas sim um coração cansado de tanto apanhar. Ele se fecha, sem querer abrir espaço para mais ninguém, vai ocupando cada lacuna com o SER INFINITO que lhe criou. Mas como é bobo, no primeiro sinal de segurança se abre, se permite, se torna visível e mais uma vez mergulha.
Quem dera todos os mergulhos fossem em águas tranquilas com baixa frequência de turbulência, seria tão melhor se houvesse sinceridade quanto a profundeza que cada um possui. E incrivelmente depois de mais um mergulho, onde a água aparentava ser limpa e cristalina, num ponto um pouco mais fundo ela na verdade era turva, haviam pedras e restos de lixo que não pareciam existir, justamente porque foram jogados para o fundo, no proposito de que ninguém os encontrasse.
Alguns mergulhos nos deixam um caco porque estamos indo rumo ao desconhecido. No inicio talvez pela euforia do sinal de segurança, isso pouco importe, mas logo depois os machucados que ganhamos ficam vivos para lembrar que é preciso ter cautela.
Talvez correr riscos em alguns momentos possa valer a pena, mas nem sempre compensa. Que a próxima viagem seja tranquila, que não demore a chegar e traga paz ao coração, que seja o encaixe perfeito da rota e dos envolvidos, onde o destino se simplifica em um único lugar.
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