Presa em um relacionamento - 4º CAP. Esperança da Madrugada

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Mais uma madrugada, cheguei em causa exausta fisicamente, emocionalmente e psicologicamente. Eu não esperava que o Lucas me desse uma notícia dessa a essa altura. O universo, ou seja lá QUEM, não poderia esperar para tornar minha vida um pouco pior? Logo agora em que estava dando tudo de mim?

Antes de iniciar o meu diálogo cheio de queixas com alguém que acredito que me ouviria e entenderia perfeitamente o que se passava dentro de mim, resolvo conversar com o Fernando, não nos falamos muito bem hoje e acho que falar com ele, mesmo que pelo WhatsApp, possa ajudar a resolver meu estado atual.

Maju- Fernando, você ta aqui amor?
Fernando- Oi Maju, como foi o seu dia?
Maju- Desgastante, diante de toda pressão que enfrento diariamente, recebi a notícia que fui demitida. Não sei o que fazer. (smile de choro)
          Fernando- Calma Maju, já te disse que quando algo não dá certo, algo melhor sempre vigora.
          Maju- Mas você entende o quanto isso era importante para mim?
          Fernando- Eu entendo, mas agora é tarde para fazer alguma coisa. Vá dormir e amanhã conversamos.
          Maju- Tudo bem, tolice minha acha que um diálogo com você poderia resolver alguma coisa. Boa noite!
          Fernando- Não seja dramática e vá descansar.

            Visualizei e não respondi! Uma lástima minha vida amorosa, até posso ser dramática, mas tudo que eu queria era o apoio e ombro/colo do meu namorado, alguém dentro de toda essa situação que iria dialogar comigo e me mostrar que posso reverter esse quadro.

          É tão difícil assim ter um relacionamento saudável? Estou pedindo demais ao querer alguém que seja companheiro e queira estar de fato presente em minha vida?

          Sem perceber eu início o meu diálogo com alguém, que eu espero muito que esteja anotando todas as minhas reclamações.

          Estou confortável, meu short favorito e meu suéter, um pouco desgastado, mas que ainda me faz sentir em casa, em um lugar muito distante do qual eu conheço como lar. Meu cabelo está solto, solto e livre, me sinto confortável.

          Deitada na cama e com a cara enterrada no travesseiro meus pensamentos me levam a um choro, um pouco engasgado talvez, mas condizente com o meu momento.

          Olha! Tudo que eu queria era alguém para me apoiar, alguém que estivesse comigo, auxiliando e apoiando, será que eu vou algum dia encontrar isso no Fernando? Eu sinto algo por ele e isso não posso negar, mas tenho medo, muito medo de terminar com ele e não encontrar mais ninguém que queira ter um relacionamento.

          Será que alguém além dele me acha bonita? Será que sou interessante o suficiente? Não quero viver sozinha. Já basta essa solidão que sinto, mesmo estando rodeada de pessoas.

          E se eu terminar com ele e não conseguir me recuperar de mais um golpe? Eu deveria ter coragem o suficiente para fazer isso. Ele tem sido frio comigo, me tratado de forma indiferente, nem lembro a última vez que recebi um abraço demorado e acolhedor dele.

          Sinto que de certa forma ele faz parte de mim, tenho esperança que algum dia ele mude. Ai! Juro que não queria alimentar esse dilema dentro de mim, eu não gosto de pensar na minha vida longe do Fernando.

          Como colocar na balança um relacionamento que está fadado ao fracasso? Eu sei que isso é o fim da linha, o fracasso.

          Queria poder conversar sobre isso com minha mãe, mas ela não entenderá, eu acredito no amor verdadeiro, na escolha de amar e no casamento. Mas o que irei ouvir se resume a “tenha como exemplo seu pai: amor e casamento é coisa de conto de fadas”.

          É fácil me perder nos pensamentos quando o assunto é constituir família, ter filhos e ser dona de casa, não como função principal, mas exercendo minha profissão e sabendo administrar o meu lar.

          E acho que estou ficando com sono. Realmente isso é um sonho, coisa de conto de fadas. Minha mãe deve ter razão.

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